O color das violetas me entram
pela porta,
numa tarde de outono...
num ar de espera
de um olhar qualquer
e de lábios mudos.
Então eu fico, abismado,
a sentir o color que me vem vindo,
o color das violetas que me vem
pela porta...
E me vem vindo, vindo...
Numa tarde de outono!
Que bom, ver a tarde o céu...
E ler meus poetas mais sadios
e lúcidos e sábios,
e não ter que saber das ruas
dos caminhões das sirenes
e das estrelas.
Ah, e se houver amor!
E nem ter que saber das dores
por tantos ventos...
E não ter que saber de mim e de ti!
( De mim que sou ridículo quando te amo,
de ti que és triste e feia apenas,
tristemente feia e mais ridícula.)
Então, apenas, só sentir loucamente
e mais forte o tal color
das violetas pela porta que não fecha...
Numa tarde de outono!
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