domingo, 19 de julho de 2015

Lápis em Volts


Nunca soube dizer adeus aos meus versos.

Não sei deixá-los partirem

sem que os ensinassem a serem bravos soldados.
Não sei despedir-me de meus versos
porque sei de sua perversa e doce adolescência,
de sua rebeldia já melindre e de inocência bruta
de terror absurdo
e de amor um tanto quase absoluto.

Também sei do meu amor a eles e suas dores são as minhas

culpas...
desculpas imediatas e interditadas.

Sei disto, mas dizer adeus aos meus versos

é deixá-los órfãos às imundices do mundo
e aos olhos e vozes do bando em permanente conflito.
Mas meus versos se os dito,
é porque não são realmente meus...

Estes versos largados ao vento, reprimidos pelo tempo que privei

nutrindo-os de leite e muito mimo,
são gritos adultos do meu lápis em volts e revolta.
Versos para o povo, meu pão desta lida de pátria mal parida!

Versos diversos, adeus!

-Adeus, meus versos... Filhos do meu
seio manso.
               



domingo, 5 de julho de 2015

"Autocomunismo"


Marxchismo

-Como você está, meu bem?

Bom! Estou bem...
Longe de Ti e mais bem perto
de suas dívidas!



Vadiagem


Ando por aí
Gozando a delícia da noite,
Matando a fome do meu nariz
Em meio à rebeldia que desenho
Num sonho novo dentro ovo que é o mundo.

Por aí vou me ardendo, erguendo-me
Na mais alta-noite, lendo-me
Como se eu fosse um best-seller.

Por aí vou me amando, armando-me
No mais alto-grau, ando
Por terras nunca já trilhadas.

Por onde andei,
A sós, pisei em folhas mortas
Que a vida ao chão as deserdaram,
Mas foi o silêncio do inverno que
Deu-me o gosto de um novo bem.

Ando por aí
Tragando ares de amor proibido,
(Que inda é o meu pecado)
Ares sob o telhado da noite fria.

-Por onde ando, querida?
Ando por aí ao acaso da vida
Que me fez de repente estar aqui
E, novamente...

Estou sempre de partida!