segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

HAI-KAIs

Minha alma dói        
                            

           Quando cai o sabiá,

                           Voa meu herói!

                                   Minha alma dói                                     
                                          Quando cai o colibrí,
                                                                              boa se corói!



Meu brilho Minha luta




O meu brilho a minha luta
o meu segredo e minha minha devoção
a minha voz escondida e amarga por sua rebeldia
minha cor em minha vida
já aqui na parida no mundo
na sombra e na dez-ordem:

Eu jamais compreendi
por não saber onde a ponho
se não em uns versos feitos com carinho
e como quem tanto sonha.

Sonhar é viver cavalgando
                                         livre
                                                leve
                                                      e
                                                        solto
com um Cordel de um Éden particular
à espera da esperada chegada que me espero chegar.

Por ser grande por ser vivo
por ter o amor a dor a curva da esquina que me vem
vindo vindo vindo...
Já me basto acordado mesmo em delírio
e em brandos lírios.

E, quando me vem o mal
a minha morte não me quer!

Quando me vem o mal a minha morte não me quer
sem nome e nem sem ser eternamente
eterno.




 

O gosto lícito da cruz


O meu gosto na língua
não é mais a da maconha,
Antes tê-la à míngua
que em falso tudo sonha...

Não quero que alarde
algum amais me iluda,
Preu não ser um só covarde
deixo que me saúda.

Meu gosto nos tais lábios
vem do cigarro do escarro...
De mal e do mau gosto de bons sabios
é em queu não me agarro.

Em meio ao brulho ao barulho
dos fogos de ano-novo,
Tenho nôjo do bagulho
igualmente a um estragado ovo.

Meu gosto em minha boca
não é o gosto lícito da cruz,
Meu gosto em minha boca
é o gosto ilícito de Jesus.

-Que em verdade é fala oca.

Ó, meu Deus da vida loka!
perdoai o mundo sem a cruz.