quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Na Toca do Noturno


O POETA  


"Eu não sei ouvir o que falam,
mas sei ouvir o que dizem...
Eu mais digo do que falo 
a respeito do que ouço, 
porque se penso logo existo, 
então, Eu existo demais. 
Já 'stou pensando em parar de pensar, 
mas quanto mais penso 
em parar de pensar mais Eu penso... 
Então, deixo viver o ouvir 
o falar o dizer o pensar e o despensar, 
deixemos viver o leve e o trás 
da minha existência. "


Dalila Teles Veras e Ivan Ribeiro

Consumado

                                           Explosão de luz
                                           Aos mais olhos siderais
                                           -Renasceu Jesus.


 

Ao Mestre com Carinho

Jorge Amado

Spleen

Cavaleiro da Morte

O Bichano

Caminhante Noturno

Criação

Mão Iluminada

Amigos Na Casa Das Rosas

Plaking

Teu gosto na minha mão



Teu gosto na minha mão


Não te doas do meu silencio:
-Estou cansado de todas as palavras.
Não sabes que te amo? –sabes, não!
O amor é a única indizível emoção
Que me abuso a sentir por ti, Ó
Minha admirável amazona no qual me
Nutre com o pão o cigarro o café!...

Quero eu lhe premiar não com
Dores dólares dos lares, mas com
Merecidas flores com devido amores.
Ó minha admirável Poesia! Ó minha
Substancia licita em meu sangue!
: Sentir é o que faz sentido para rir.
Para rir, sentido é o que faz sentir...

Captarás numa palpitação inefável
O sentido da única palavra mais
Essencial de todos os poetas em um só
Homem, todos a tecem no seu canto
Torto em solidão.  Tal é o Indizível
Verbo neste instante agora. Pousa
Teu gosto nesta mão que mais te afaga;

- Amar, Verbo Intransitivo! Não mais
Que direto me apedreje; -“Amor!”


                            Ivan Ribeiro

Autoexílios a Ketlen Cerigatto

Valor do Idoso

Soneto de Enredo


Soneto de enredo


Vês, que me feres muito com tão pouco
Nesta estampa de cor?!... É a dor mais fria,
Hein?!  Fere-me, e é sem prever tal poesia
Que limo em força. E, és de um jeito tão louco.

                               ...
Se, o esforço por maior que há não se adia...
E, o hostil, de tão vil é mais que mil; mouco,
Pois falta nele a voz, e um silvo rouco
Não faz dele à putta que o diz que o ouvia.

                              ...
Vês, então! Que me ferir não lhe faz rei
Em que és neste mundo igualmente ‘scravo.
Que o mundo, conquistemos sem sequer lei!

                            ...
Por ti, minhas mãos, já nem mesmo eu lavo.
Mas, estas são as mesmas que aos céus, orei;
-Senhor! Perdoai a quem se faz tão bravo!   
                                                                                                    

                                         Ivan Ribeiro

Autoexilios


Autoexilios


A dor que me diverte
Abre a porta para dentro de mim,
Navego em ondas calmas
Onde é o meu exílio, lá sou herói
De uma fragata em que desvenda
Os mares; lá sou herói, Herói de mim!


O amor que me desperta
Abre a porta para dentro de mim,
Sobrevôo em ventos brandos
Onde é outro exílio, lá sou herói
De uma esquadrilha em que penda
Aos ares; lá sou herói, Herói de mim!

 A fúria que me corrompe
Fecha a porta para dentro de mim,
Sobrevivo em ondas bravas em
Ventos fortes onde é meu pesar.


 -Cá sou gladiador de uma arena em
Que luta pela dor e o amor, luto,...
E não há exílios; cá sou perdedor
De Mim, às vezes, sou de mim o vencedor.
Do resto, cá sou cowboy, cowboy de mim
E de alguém, como dói!

                                                
                                           Ivan Ribeiro

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Lápis em Volts

Lápis em Volts
             A Dalila Teles Veras

Nunca soube dizer adeus aos meus
versos. não sei deixá-los
partirem sem que os ensinassem a
serem bravos soldados. Não sei
despedir-me de meus versos
porque sei de sua perversa e doce
adolescência,de sua rebeldia,já
melindre.Também sei do meu amor
a eles e suas dores são as minhas,
culpas imediatas e interditadas.
Sei disto, mas dizer adeus aos
meus versos é deixá-los órfãos
às imundices do mundo e aos olhos
e vozes do bando em permanente
conflito. Mas meus versos se os
dito, é porque não são realmente
Meus...Estes versos largados ao
vento,reprimidos pelo tempo
que privei nutrindo-os de leite e
muito mimo.São gritos adultos
do meu lápis em volts e revolta.
Versos para o povo, meu pão desta lida!
-Adeus, meus versos... Filhos do
meu seio manso!

               
                       Ivan Ribeiro

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

"Poema"



João-Pestana
        A Isabel Neres


Cai em um sono

Como quem cai

 No abismo o

Poeta depois

Do suicídio e
Que se deu ao
Egoismo e ao
Seu abandono.

 . . .
Se na noite

Como quem cai

 No abismo,...
O Poeta sou eu
 
Depois do meu
 Próprio  omicídio,
. . .


-Só me resta

Despertar para
minha indentidade.

                       Ivan Ribeiro

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Teu Rosto


Teu Rosto
(Comparação do mesmo)


Se agora estou aqui pensando
Em teu Rosto, é por Ele ser o
Fantasma que me devora a hora
Do meu tormento; - Existo por
Ter em vista ou me pasma?!


Se agora estou aqui fumando
Em teu Rosto, é por Ele ser a
Maconha que me devora a brisa
Dos meus passos; - Existo por
Ter em vista ou me sonha?!


Se agora estou aqui gritando
Em teu Rosto, é por Ele ser a
Gralha que me devora a voz
Da minha garganta; - Existo por
Ter em vista ou me falha?!


Se agora estou aqui gozando
Em teu Rosto, é por Ele ser a
Fantasia que me devora o tesão
Do meu criador; - Existo por
Ter em vista ou me alivia?!


Se agora estou aqui rezando
Em teu Rosto, é por Ele ser a
Salvação que me devora a alma
Do meu escarpando; - Existo por
Ter em vista ou me hão?!


Se agora estou aqui chorando
Em teu Rosto, é por Ele ser a
Causa que me devora o pranto
De minhas pálpebras; - Existo por
Ter em vista ou me pausa?!


Se agora estou aqui escrevendo
Em teu Rosto, é por Ele ser a
Musa que me devora o suor
De meus versos; - Existo por
Ter em vista ou me recusa?!
...

E, se depois cá estiver esperando
Em meu Rosto, é por Ele ter o
Mesmo gosto que lá, dois há forma
De um só diamante; - Existo por
Ser artista e por estar posto
A esmo!...


                           Ivan Ribeiro
  

Posse


Posse


Existe um alguém
Lá dentro de mim
Que é mais que eu
Do que eu mesmo,
E este alguém já
Existe há tempos
Aceso em lá mim,
Pois este alguém
Que só me habita
Silencioso em si;
-É outro eu que ao
Que sou me pede
Só o meu socorro.


         Ivan Ribeiro

Meu cadáver

Ex-cremento




Já gozei pela boca
O verbo ao vento,
Hoje gozo à força
Pelo cu se lamento
O verbo ao acento,
Depois me limpo
Com minha língua,
Já que pela boca
Eu me engasguei.
Só me falta alguém
Calar o ex-cremento
Do meu cu já que
Estou com o verbo
Preso no ventre,
Mas a diarréia vem
Tendo a forçar o
Verbo aos ventos
A quem a boca me
Calou por pouca
Bosta; Aí, atentos:
-vem vindo por aí
Mosca de voz rouca!


          Ivan Ribeiro

Madalena


Madalena


De ser tão tênue e até alvo
O teu seio então por visto,
Os servos da nua imagem
São os filhos de vós; Cristo!


Fostes então, ó Madalena!
De um tormento fecundo,
A semente que o pecado
Germinou por tão imundo.


De ser puta, a mais beata
Do seio já mais não brilha,
Surge em ti o que te doura
Como de Deus sendo filha.


Fostes ainda o que foras
Em normas do que tu és;
-Salgadas são as lágrimas
Que caem sobre teus pés!


                      Ivan Ribeiro