quinta-feira, 31 de maio de 2012

        

 
Por trás dos óculos
  
 

Olhe:  Não vê jorrado
           O teu próprio sangue?
           -É porque dele se fez;
           O vinho a cachaça o dropes o crack
           A hóstia o rivotril a água benta
           Que se ferve em um gole ardente
           Ou simplesmente o gosto amargo da vida.


Olhe:  Não reconhece
           O teu próprio espermatozoide,
           A tua culpa já imediata
           Que te mata.


Olhe:  Sabe se crê. Cabe no que você não vê?
           -Vultos mortais em sua demência,
            Fleshes em seu íntimo mais lúcido,
            São impuros iguais aos poemas- boys no cio...
 

Veja!  Não vês nada disso ou finge que nada vê?
          -Pois tudo isso é nada
          Aos olhos por trás dos óculos escuros. 
               
                     
                    Ivan Ribeiro                                                  


                            
                           

Bordeline



Indesejado

Ao Manuel Bandeira


O meu verso é o que eu sou
de indesejado... de valente...
Cale a minha boca, se te dou
motivo algum por ser doente.


Meu verso é santo. Louco tal
ternura demo... imagem sã...
Dói-me na alma. Fél e o mal,
sai, fogo em fogo, da luta vã.


E neste verso de mensagem oca
daqui do lápis me vem a sorte,
levando gosto amargo na boca.


-Meu verso é feito para morte.



           Ivan Ribeiro



"BICHOS"


Bicho-flor

Ele tem a beleza
de uma flor do Éden
que todo homem quer...
-Eu tenho a certeza;
Esse bicho por natureza
chama-se gosto de mulher.


Bicho-cravo

Ele tem a beleza
de um cravo do bem
que toda mulher tem...
-Eu tenho a clareza;
Esse bicho por natureza
chama-se posto de homem.


Bicho-jóia

Ele tem a beleza
de uma jóia de valor
que todo poeta quer...
-Eu tenho a pureza;
Esse bicho por natureza
chama-se sonho de mulher.



Bicho-verbo

Ele tem a beleza
de um ofício da alma
que todo corpo alivia...
-Eu tenho a leveza;
Esse bicho por natureza
chama-se domínio da poesia.


"O gozo para o poeta é sentir
a alma da caneta".


                     Ivan Ribeiro



Usurpador
  



Meus pálidos versos,
levo escrevo devo, não nego!
Ó, estes versinhos-versos!
Dizem pálidos em meio às detentas
linhas sedentas de tal
collor de sede, o lápis cede...


Escrevo-te sem queu imagine outros
em um momento aqui presente.


Meu presente em meu presente 
é já morrer jovem para
viver pra sempre. Lido
na vertígem vivo na origem.


Mas, sem queu os queira,
vou lhes traçando estes em seu
lugar em seu tempo seu espaço.


Vou invadindo quebrando barragem.


Vou-me embora, bora?
Pra linguagem pra sacá...na...gen.te...amar;
gem...Te...traço a traço este
troço este ócio.


Vergonho-me disso, eu sei!
Disponho-te daquilo que falta
ou do que me resta?


-Se presta eu ponho isto naquilo
e aqui àquilo mais pr'acolá...


Não é o que deveria, mas é!


Versos estes versos pertencidos
pervertidos...
Hoje é o que está aqui do que fora
ontem ora esquecidos para o eterno
e pra o além.


IVAN RIBEIRO


Expurgo


Onde estou? já não me pertenço
ao que está nesta gaiola,
em meio destes pecadores,
sob as luas,vendo vultos sussurrarem.

Onde, certo, os vultos vão sendo quem?
Observam o céu, água-ardente,e quando
nos veêm.
E, se não veêm, ou não recordam...


Feito alguém deste círculo para o luar,
envolve à vista mirando fatos e logo
no ato medita.


-Para este lugar estão pesares
tão bárbaros, tão anônimos igualmente
se esta gaiola fosse lua-minguante
crescente nova ou mesmo cheia
de dor e amor, ou, sei lá o quê!


IVAN RIBEIRO


quarta-feira, 23 de maio de 2012


     
                      
                                                               UTOPIA?




HAI-KAI



À dona Rosa


Rosa formosa,
Cruel são teus espinhos...
-Te amo Rosa!

Ivan  Ribeiro








EU SOU O OBSERVADO

                  QUE  OBSERVA O
                     
                               OBSERVADOR.  




                                                       #LOUCURA NÃO DE PRENDE








                                                                
                                                                    Edson Lacerda




EUNUCOGARANHÃO


Vicio:      -O hábito de ter

                       Um cigarriho

                         Entre às mãos.


Habito:  -O vício de não ter


                       Mais um pau...


                    Entre às pernas.        


Ivan Ribeiro








" MANDALA "





                                              REGINA HEIN





 Regina Hein e Ivan Ribeiro





                                                                                  




"  Lixo humano não existe "

Artista plástico David Abdo

     " Lixossauro"       
                                                  







Usurpador


Meus pálidos versos,
Levo escrevo devo, não nego!
Ó, estes versinhos-versos! DizEM
Pálidos em meio às detentaS
 Linhas sedentas de tal
Collor de sede, o lápis cede

...NA BOCA VEM A SEDE.

 
Escrevo-te, sem queu
Imagine outros em um
Momento aqui presente.
Meu presente em meu presente
É já! morrer jovem para
Viver pra sempre. Lido
Na vertigem vivo na origem.


Mas, sem queu os queira
Vou lhes traçando estes em
Seu lugar em seu tempo seu espaço.


...Vou invadindo quebrando
Barragem. Vou-me embora
Pra linguagem pra sacá...na...
 Gen.te-amar.gem... Te
Traço a traço este troço, este ócio.


Vergonho-me disto, eu sei!
Disponho-te daquilo que falta
Ou do que me resta?


-Se presta, eu ponho isto
Naquilo e aqui àquilo
EU TESTO mais pr’acolá...


Mas, estes versos tímidos,
Roubaram linhas d’outrem.
São versos dos adversos adversários.


Não é o que deveria, mas é!


Versos estes, versos pertencidos
Hoje é o que ‘stá aqui do que fora ontem
Ora esquecidos para o eterno

...e pra o alÉm.



Ivan Ribeiro

sábado, 19 de maio de 2012


Uma sombra no meio do caminho



No meio do caminho vinha
uma sombra...


Vinha uma sombra no veio
do caminho


Vinha uma sombra

O meio do caminho vinha
numa sombra.


Jamais lhe esquecerei nesse
aparecimento da lida
de minhas retinas tão fustigadas.


Jamais me esquecerei
que no meio do caminho vinha
uma sombra...


Vinha uma sombra que me
assombra.


Vinha uma sombra.
Vinha uma sombra no veio
do caminho.


No meio do caminho vinha
uma sombra... uma sombra
no meio, me assombra...


No veio do caminho tinha
uma sombra.



Ivan Ribeiro 























De vez em quando

Amarei de vez quando
o teu amor for possível
ter em minhas mãos;
-de diversos adultos, por
outros versos outros vultos...

O amor;"fogo que arde 
sem se ver..."
É ainda a brasa que me 
queima os olhos, ao lhe ter
ao meu ser, se deve ao ser!

O amor;"ferida que dói
e não se sente..."
É ainda a chaga que me
sangra a pele ao dente...
Ah! Ao meu ente mais valente!

Quando o meu amor,
Seja ele como for, se possível
tê-lo em tuas mãos de versos ocultos,
Por outros insultos outros cultos...
Amarei de corpo quente
e de alma ardente!

E, assim, quando possível for,
Eu te amarei por toda
A minha---------------- lida,

Por toda sua vida!!!
E, assim, e, de vez em quando
Eu te amarei
De
       vez
              em
                    quando...

Em vez de vez.
Só de vez em quando!

      de
           vez
                  em
                          quando...


Ivan Ribeiro




POEMAS MEUS

Nos poemas em que chorei,


Eu chorei foi sem paixão.

Nos poemas em que gritei,

Eu gritei foi com a razão;

Com a paixao já me calei,

Sem júizo cantei meu perdão.

Nos poemas em que gozei;

-Eu gozei foi o meu rojão!





Ivan Ribeiro