quinta-feira, 31 de maio de 2012

        

 
Por trás dos óculos
  
 

Olhe:  Não vê jorrado
           O teu próprio sangue?
           -É porque dele se fez;
           O vinho a cachaça o dropes o crack
           A hóstia o rivotril a água benta
           Que se ferve em um gole ardente
           Ou simplesmente o gosto amargo da vida.


Olhe:  Não reconhece
           O teu próprio espermatozoide,
           A tua culpa já imediata
           Que te mata.


Olhe:  Sabe se crê. Cabe no que você não vê?
           -Vultos mortais em sua demência,
            Fleshes em seu íntimo mais lúcido,
            São impuros iguais aos poemas- boys no cio...
 

Veja!  Não vês nada disso ou finge que nada vê?
          -Pois tudo isso é nada
          Aos olhos por trás dos óculos escuros. 
               
                     
                    Ivan Ribeiro                                                  


                            
                           

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