sábado, 18 de maio de 2013

Um grito



Quando o vento soprou
eu gritei; leva-me contigo
deste enredo!

Quando perdi a força,
nada inesperado
eu gritei; leva-me 
nos teus ombros de aço!

Quando as vozes vieram,
as vozes do "spleen";
eu gritei; vão embora, vão!?

Às vezes, à luz de vela...
os versos pra versarem
a boca pra falar 
pra beijar teimar
eu gritei, eu gritei tanto.

'stou quase frio,
a dor já me tece me vence,
o poema não era o mesmo
que eu desejei que fosse.
Dói-me a veia mansa que ferve.

Não sei, não!
Mas acho que no fundo
sou um gatinho indefeso
dentro de um leão
ferozmente a rugir!  

De vez em quando


Amarei de vez quando
o teu amor for possível
ter em minhas mãos
de diversos adultos
por outros versos outros vultos.

O amor; “Fogo que arde sem se ver”,
é ainda a brasa que me queima os olhos
ao lhe ter.

-Ao meu ser se deve ao ser.

O amor; “Ferida que dói e não se sente”,
é ainda a chaga que me sangra a pele
ao dente...

-Ao meu ente mais valente.

Quando o meu amor,
seja ele como for,
se possível ter em tuas mãos
de versos ocultos por outros insultos
outros cultos...
Amarei de corpo quente
e de alma ardente.

E assim quando se possível for,
eu te amarei por toda a minha lida,
por toda a sua vida!

E assim, de vez em quando,
eu te amarei.
De vez em quando.

Em vez de vez,
só de vez em quando
só de vez em quando.