sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Fulana Alguma


Aprazem os seus amores
em meio ao que me bombardeia?
Onde aprazem eles, fulana no meio do que não lhe apraz? São derivados de dores e muito amor
em meio ao que está em cheio e ao que não está em pé, não! É o que lhe fazem ser quem é em meio ao que me resta de mim. Aprazem do jeito gelado
em meio ao que se esquentou ou do jeito mais em paz que te fez linda? Do que me faz a fera em meio à ferida, fulana! não é? do jeito duro e congelado
ou feito por defeito do seu rapaz? Os prazeres só roem e sem seus valores
o que são eles em si e em ti e em mim, diga? Somente pra nós dois, roem mãos os pés roem os nossos sexos ou mesmo roem a razão. No coração, não! Só nos deixam tortos no nosso espaço em meio ao nosso tempo que se esgota.
-Em alguma prova fulana não só me aprova como me ridiculariza, mas como eu amo fulana!


quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Sentidos


                      "Sentir é o que me faz sentido,
                        pois o sentido é o que mais faz sentir."
                                             João Regatto

A Rosa do povo já não cheira
e nem cheiram mais as nossas folhas
E os nossos bosques?
não cheirarão jamais,
também não cheira a terra
dos primores.

O Céu de estrelas já não brilha
e nem brilham mais as nossas luas
E os nossos olhos?
não brilharão jamais,
também não brilha a alma
destas ruas.

Do Absinto o gosto não agrada
e nem agrada mais as nossas pingas
E o os nossos fumos?
não agradarão jamais,
também nos desagrada o vinho
do cálice.

A Canção de Orfeu já não se ouve
e nem se ouve mais os nossos rouxinóis
E os nossos sabiás?
não se ouvirão jamais,
também não se ouve a voz
dos bemóis.

O Corpo da mulher já não tetea
e nem tatea mais as nossas filhas da frutta
E as nossas musas?
Não! não tatearão jamais,
também não tatea mais a vergonha
das atrizes.

Então, a nossa Poesia já nada cheira
nada brilha nada apraz nada se ouve e nada
mais tatea; Os Poetas estão de féreas!


segunda-feira, 24 de setembro de 2012

A Perfect Love



Quando o amor me veio
pensei Eu, que fosse de eternas
figuras em meio aos outros...

Quando o amor me veio
pensei Eu, que fosse de forma
venturas em meio a tantas...

Quando o amor me veio
pensei Eu, que fosse de muitas
aventuras em meio ao céus...

Quando o amor me veio
pensei Eu, que fosse de poucas
ternuras em meio aos meios...

Quando o amor me veio
pensei Eu, que fosse de outras
loucuras em meio às veias...

Quando o amor me veio
pensei Eu, que fosse de qualquer
rupturas em meio aos fins...

Quando a dor me vier a Ti
penso Eu, que fostes da mulher naja
que me ultraja no olhar do que tu és
por mais tudo de meus feitos ou
...de um amor perfeito.






sábado, 22 de setembro de 2012

VENDE-SE




Neste bar contem fatos e atos
de somente haver as cenas drásticas
de embreaguês e de de-lírios de amor
e odores e de dores.

Mas há a quem o vende em doses baratas
e em baratas homeopáticas
por envenenadas porcarias gratas.

Por isso Já que nada mais se ferve ou serve,
quem primeiro chega leva.

Este Bar está à venda!







O véio Mickei Rourke

interpretando o escritor

Charles Bukowski














                    "Avoé Baco!"
" ser sensurado nos tempos de hoje me dói pra carvalho! "




Os Véio mais vagabundos;

Vininha e Bukowsk


quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Um Grito





Quando o vento soprou
eu gritei;
leva-me contigo deste enredo

Quando perdi a força
nada inesperado
eu gritei;
leva-me nos teus ombros de aço

Quando as vozes vieram
as vozes do spleen
eu gritei;
vão embora, vão!


Às vezes à luz de vela
os versos por versarem
a boca pra falar pra beijar teimar;
eu gritei, eu gritei tanto.

Estou quase frio,
a dor me tece já me vence
E o poema já não é o mesmo
Queu desejei que fosse

Dói-me a veia quente.

Não sei, não! Mas acho mesmo
que sou um gato indefeso
dentro de um leão ferozmente
a rugir

-Ou um leão feroz
dentro desse gatinho a miar?



                               Lithography



Deveras





Dr, fingir a dor ao mundo que deveras sinto?
Poder mentir a cor ao fundo que deveras finjo?
Sentir o amor profundo que deveras findo?

Em vez de fingir deveras sinto que acaso dá prazer

;fingir me faz imundo?

Em vez mentir deveras finjo que acaso dá o gozo

;mentir me faz imundo?

Em vez de sentir deveras findo que acaso dá alívio

;sentir me faz imundo?

Porém, dr, deveras finjo minto sinto. E daí?






Dentro da Velocidade





Dentro do que é veloz a noite é breve
Ou mesmo em peso de verão
E o amor é leve feito a poesia que me veste
o coração do dia 
serve a aquecer  o que é de solitude.

Ai, que noite de agonia igualmente fresca em vão!

Todos tem o seu prelúdio
e, a dor, é perceber o já feito além do amais no peito
Que adormece o fato consumado
e consumido está...

Mas quem dará jeito
dentro da velocidade que cede à boca
...a sede do desesperado.






terça-feira, 18 de setembro de 2012

Soneto




Raízes de uma paixão


Semeei na firme envolta do meu peito
Já fértil em terra, as raízes mais puras
De uma paixão tão rara por loucuras.
Se é por tão rara sei que é dom perfeito.


Não colherei da flor as tais verduras
De teus espinhos, nem mesmo a um só leito
Derradeiro envolva meu corpo eleito
Juvenil... co'estes versos... desventuras...


Sem um ai de amor sinh'alma me vela
O mal que me crucia, nem fui feliz
Regando a própria flor que me revela!


Mas algum poeta fui, e a semear raíz
De uma paixão sendo a coisa mais bela
Por colher,... o que me vale a cicatriz!?



"Porventura"




Se, quando as retinas
por detrás dos meus óculos 
virem a verter gotas de carater cristalinas
em qualquer noite, 


Nos óvulos mais fecundos de tais criaturas
...demais são meus profundos
e crueis afãs em meio aos ais
em tantas ruinas.


Ai, se eu me curvar diante à doçura do amor
que me ultraja no olhar da naja mais delicada!


E, se eu puder, porventura, ter...
a salvação pra cor fria?


:Que haja o colorau e se faça.
Se faça por fazer da doença o lindo olhar
e se tansfigure puro verde...


Verde puro verdeal e verde musgo.









segunda-feira, 17 de setembro de 2012

ÂMBAR



É doce o lábio do cálice
que me consola frente à ambição
de tantos sabios, bêbados sabios
ou sabios mais lucidos .


vou pedir perdão mesmo estando certo
sendo exato.


Já na multidão sou agora o dono da bola
que outrora fui o sono de quem zumbizou.


da solidão me despi na dor incolor
do trago que engorda pela gola


e do cálice que me consola, é mais fresco
o seu aroma ao meu fresco hálito.



...




Átimo



Um poema no qual 
silencia em seu espaço
de quando em quando
alguem põe-se a ler.


Uns avistam uma vista a vista
em uma análise, umas frases...
E a fúria tem o poder
sobre o olhar mais atento.

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Em um piscar de pálpebras
lágrimas caem sobre o papel
disperso no tempo
e em seu espaço nada vale
sobre o passo que passa.


Átimo!
Logo é mais eterno e íntimo.


E se diaboleiam trevas em cores frias,
Qualquer tinta
se rubra em sangue quente.


E cá do ventre
e mais acolá do estranho
Os versos saltam para a turbulencia.




quarta-feira, 12 de setembro de 2012



Poeta autônomo



A formiguinha atravessou o papel
onde o poeta nada havia
escrito de surpresa.


-E para que?
Se o tempo apagou o frêmito
e elegância posta no silêncio
em branco naquela noite.



terça-feira, 11 de setembro de 2012

Poesia Asfaltiana




Sujeito indefinido



Se uns tomam eter outros cocaina
e o poeta de Bandeira em vez
de triste toma alegria,
os poetas do Asfalto por vez da morte
tomam a vida e tombam 
(a)o corte o gozo o gole o trago à goela abaixo...



Jà o sujeito sem jeito toma a despedida
e em vez de suas vezes
Da mátria ou pátria mal parida toma a sua
do só por ontem,
hoje toma a do outro.



Ao Davi da vida

            do Poeta da outra já parida