quinta-feira, 31 de maio de 2012

Bordeline



Indesejado

Ao Manuel Bandeira


O meu verso é o que eu sou
de indesejado... de valente...
Cale a minha boca, se te dou
motivo algum por ser doente.


Meu verso é santo. Louco tal
ternura demo... imagem sã...
Dói-me na alma. Fél e o mal,
sai, fogo em fogo, da luta vã.


E neste verso de mensagem oca
daqui do lápis me vem a sorte,
levando gosto amargo na boca.


-Meu verso é feito para morte.



           Ivan Ribeiro


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