quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Soneto de Enredo


Soneto de enredo


Vês, que me feres muito com tão pouco
Nesta estampa de cor?!... É a dor mais fria,
Hein?!  Fere-me, e é sem prever tal poesia
Que limo em força. E, és de um jeito tão louco.

                               ...
Se, o esforço por maior que há não se adia...
E, o hostil, de tão vil é mais que mil; mouco,
Pois falta nele a voz, e um silvo rouco
Não faz dele à putta que o diz que o ouvia.

                              ...
Vês, então! Que me ferir não lhe faz rei
Em que és neste mundo igualmente ‘scravo.
Que o mundo, conquistemos sem sequer lei!

                            ...
Por ti, minhas mãos, já nem mesmo eu lavo.
Mas, estas são as mesmas que aos céus, orei;
-Senhor! Perdoai a quem se faz tão bravo!   
                                                                                                    

                                         Ivan Ribeiro

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