domingo, 19 de julho de 2015

Lápis em Volts


Nunca soube dizer adeus aos meus versos.

Não sei deixá-los partirem

sem que os ensinassem a serem bravos soldados.
Não sei despedir-me de meus versos
porque sei de sua perversa e doce adolescência,
de sua rebeldia já melindre e de inocência bruta
de terror absurdo
e de amor um tanto quase absoluto.

Também sei do meu amor a eles e suas dores são as minhas

culpas...
desculpas imediatas e interditadas.

Sei disto, mas dizer adeus aos meus versos

é deixá-los órfãos às imundices do mundo
e aos olhos e vozes do bando em permanente conflito.
Mas meus versos se os dito,
é porque não são realmente meus...

Estes versos largados ao vento, reprimidos pelo tempo que privei

nutrindo-os de leite e muito mimo,
são gritos adultos do meu lápis em volts e revolta.
Versos para o povo, meu pão desta lida de pátria mal parida!

Versos diversos, adeus!

-Adeus, meus versos... Filhos do meu
seio manso.
               



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