segunda-feira, 6 de fevereiro de 2012

Lápis em volts



Lápis em volts

                À Dalila Teles Veras

Nunca soube dizer adeus aos meus
Versos. Não sei deixá-los partirem
Sem que os ensinassem a serem bravos
Soldados. Não sei despedir-me de
Meus versos porque sei de sua perversa
E doce adolescência, de sua rebeldia
Já melindre. Também sei do meu amor
A eles e suas dores são as minhas, culpas
Imediatas e interditadas. Sei disto,
Mas dizer adeus aos meus versos é
Deixá-los órfãos às imundices do mundo
E aos olhos e vozes do bando em
Permanente conflito. Mas meus versos
Se os dito, é porque não são realmente
Meus... Estes versos largados ao vento,
Reprimidos pelo tempo que privei
Nutrindo-os de leite e muito mimo.
São gritos adultos do meu lápis em
Volts e revolta. Versos para o povo, meu
Pão desta lida de pátria mal parida!
-Adeus, meus versos... Filhos do meu
Seio manso, adeus!
               
                                     Ivan Ribeiro

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