sábado, 10 de setembro de 2011

Escravo de mim

Mísero de mim que sou eu mais bardo
Que fui ontem, e assim continuo inteiro
Por mais um dia dado. E, mais guerreiro
Hoje logo sou mesmo quanto me ardo.

Mais mísero foi meu fiel escudeiro
Já que é a Rosa de Saron, e assim guardo
Em meu íntimo o peso de teu fardo
Que insiste em pesar num dia fagueiro.

Eu beijo a boca como beijo a chaga
De um cadáver! Já nem sequer importa
Se, estou aqui ou se espero lá uma vaga...

A dor que hoje me diverte, abre a porta
Para dentro de mim, e assim me afaga
O mais íntimo ato em noite e, já morta!

                                             Ivan Ribeiro


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