sábado, 10 de setembro de 2011

" Por ter sabor de toda gente? "



O OUTRO E A GENTE

O luxo o outro reforma, o lixo a gente Conforma.
O corpo o outro enfeita, a Alma a gente aceita.
A vida o outro Lamenta, a morte a gente enfrenta.
O amor o outro comporta, a dor a Gente suporta.
O pobre o outro Analisa-o, o playboy a gente improvisa.
O dia o outro cala, à noite a gente Fala.
A boca o outro adeja, o sexo a Gente beija.
A água o outro ferve, o Fogo a gente serve.
O porro o outro O pulsa, o sangue a gente expulsa.
A Coisa o outro acata, a dose a gente Mata.
A mão o outro alerta, o pé a Gente aperta.
O parto o outro aparta,O fato a gente farta.
A doença o outro Edita-a, a saúde a gente evita.
O cigarro O outro o acende, o jererê a gente Revende.
O samba o outro chama,O rock a gente trama.
O sol o outro Transpira, a lua a gente inspira.
O Amigo o outro culpa, o inimigo a Gente desculpa.
O pai o outro cega, Da mãe a gente desprega.
O filho o Outro o desconhece, o neto a gente Conhece.
O deus o outro salta, o diabo A gente exalta.
O paraíso o outro nega,O inferno a gente prega.
 A neurose O outro a bole, a overdose a gente engole.
A voz o outro agrava, o ouvido A gente lava.
O Poema A gente tem, só O leitor que não nos vêm.
                                         
    IVAN RIBEIRO

Nenhum comentário:

Postar um comentário