segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Tic-Tac



Escondi um poeta, tal poeta

Além de sua imagem dramática.

Um simples poeta-jovem, patético

Que ri da própria agonia mais

Aguda na porra da solidão...



Queria este poeta, tanto

Esquecer de si e de uma vida

Ordinária às sombras do mundo

Mais ordinário que os olhos

Ordinariamente menos negros,

Mas melífluos de quem o observam

De fora para dentro para agora.



Escondi um poeta, tal poeta

Além de todos os poetas patéticos

A quem toleram suas meras vãs

Tendências de um presente já morto

Pelo fogo e ponteiro do tempo em

Um tic-tac... tic-tac... tic-tac…   



Este jovem perdeu-se de uma

Juventude colorida e se deixou entrar

Na velhice e pó poliandro dos livros mais

Sujos e em puro mofo, em cinzas cruas

Neles se encontrou como tal!...



-Tal é o fantasma útil na mesma

Carne de si mesmo às sombras onde

Mostra em versos, apenas um jovem

Inocente, porem o poeta do instante.



Este, no qual fuma, por mal bebe a sós

Na inquietação, mas, nada inteiramente

O apraz,... A não ser as velas acesas

As vozes veladas em um papel

A definir propriamente a vida sem

Qualquer mistificação ou intuito

A ela, isto o apraz com o tic-tac... tic-

Tac... No ponteiro da invenção

 Do tempo que além prossegue sem lei.



Seu íntimo se afasta da luz

E, quando, alastra-se em um átimo,

Na sombra eu encontro este poeta

Para o seu tal encontro eterno

Comigo mesmo.



Escondi um poeta além de todos

Os poetas e, eu, sei onde ele está.

Somente eu mais ninguém! É

Segredo que só ao tic-tac... tic-

Tac revelo onde repousa;



-Com muito orgulho, por ele

Velo em seu instante. Por mim?

Nenhum, só um barulho em

Um elo distante. Por fim, algum

Pó! Um embrulho em um belo

Dia ao diamante. Enfim, Poesia!



                                 Ivan Ribeiro 

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