Escondi um poeta, tal poeta
Além de sua imagem dramática.
Um simples poeta-jovem, patético
Que ri da própria agonia mais
Aguda na porra da solidão...
Queria este poeta, tanto
Esquecer de si e de uma vida
Ordinária às sombras do mundo
Mais ordinário que os olhos
Ordinariamente menos negros,
Mas melífluos de quem o observam
De fora para dentro para agora.
Escondi um poeta, tal poeta
Além de todos os poetas patéticos
A quem toleram suas meras vãs
Tendências de um presente já morto
Pelo fogo e ponteiro do tempo em
Um tic-tac... tic-tac... tic-tac…
Este jovem perdeu-se de uma
Juventude colorida e se deixou entrar
Na velhice e pó poliandro dos livros mais
Sujos e em puro mofo, em cinzas cruas
Neles se encontrou como tal!...
-Tal é o fantasma útil na mesma
Carne de si mesmo às sombras onde
Mostra em versos, apenas um jovem
Inocente, porem o poeta do instante.
Este, no qual fuma, por mal bebe a sós
Na inquietação, mas, nada inteiramente
O apraz,... A não ser as velas acesas
As vozes veladas em um papel
A definir propriamente a vida sem
Qualquer mistificação ou intuito
A ela, isto o apraz com o tic-tac... tic-
Tac... No ponteiro da invenção
Do tempo que além prossegue sem lei.
Seu íntimo se afasta da luz
E, quando, alastra-se em um átimo,
Na sombra eu encontro este poeta
Para o seu tal encontro eterno
Comigo mesmo.
Escondi um poeta além de todos
Os poetas e, eu, sei onde ele está.
Somente eu mais ninguém! É
Segredo que só ao tic-tac... tic-
Tac revelo onde repousa;
-Com muito orgulho, por ele
Velo em seu instante. Por mim?
Nenhum, só um barulho em
Um elo distante. Por fim, algum
Pó! Um embrulho em um belo
Dia ao diamante. Enfim, Poesia!
Ivan Ribeiro
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