sábado, 10 de setembro de 2011

Versos à toa


Num verso me conforto
E, não há ninguém que o diga morno
Esquecido entre o pó e o vento.
Tão vasta é a poesia que consola;

Num verso morro noutro vivo
Num verso sofro noutro;... Gozo!
Meu estado bruto por ser lixo em luxo
Num verso me defronto (e me contenta) 
O verbo que se espraia.

Já cantei à vida e ao desprazer
E até cantei somente por cantar,
Mas a poesia que agora me invade
Neste instante de suor de solidão,
Já invadiu tal poeta gauche.

Por um verso me enlouqueço;
Por um verso eu brigo apanho bato
Por um verso eu mato morro,... Vivo!

Meu verso é um carnaval tristonho
Repleto de Pierrôs doentes
E, em cada boca tímida é um defunto
Pronto a ser encovado.

Em que itinerário teu bonde passa,
(ó meu caro poeta, gauche!)
Cheio de pernas brancas pretas amarelas?
É que também meu coração pergunta,
Sua parada onde existe? Hein?!

Pobre de mim por ser poeta,
Quando me tornei tal parvo, meu Deus?!
Poeta, eu sou por bem-querer assim.

Não levo no peito
O que escrevo a punho quente,
Mas nestes versos tortos me conforto
Mesmo ao gosto de fel.

E o que há de mais com isto,
Na inquietude de quem o fez?
_ Estou indo ao psiquiatra!
            
                  Ivan ribeiro

Nenhum comentário:

Postar um comentário