sábado, 10 de setembro de 2011

A minha carne


A minha carne é mais negra,
A mais em conta do mercado.
Carne que só pobres comem
Quando ela sobra do gado.

A minha carne já é de gato
Temperada pra churrasco,
Espetinho feito de com amor
Das mãos de um carrasco.

A minha carne é herança
De meus grandes mouros,
Carne dura no prato pobre
No qual dispõe aos louros.

A minha carne é mais negra,
Negra feita à cor da noite!
Feita à cor do dia; _O nego
Já Que espera o seu açoite,
No pega-pega Já está pego!   

                               Ivan Ribeiro    

Nenhum comentário:

Postar um comentário